O Laboratório de Psicolinguística Experimental (LAPEX) da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FL-UFRJ), estuda a estrutura morfossintática, os processos de parsing (análise estrutural) e de interpretação na compreensão, e na produção de frases e palavras em línguas naturais. Além de estudar o processamento psicolinguístico, o laboratório tem também investigado questões gramaticais, na especialidade da Sintaxe Experimental.  As linhas de pesquisa principais do Lapex são (1) Processamento Psicolinguístico; (2) Sintaxe Experimental; (3) Pesquisa de campo experimental; (4) Psicolinguística Educacional. O LAPEX foi fundado em 1997 e vem sendo mantido por auxílios recebidos da UFRJ, do CNPq, da CAPES e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

No LAPEX, são realizadas pesquisas de natureza teórica e experimental, utilizando diferentes protocolos psicolinguísticos, tais como paradigmas de rastreamento ocular (eye-tracking), priming, leitura e audição automonitoradas (self-paced reading/listening), julgamento imediato de gramaticalidade e aceitabilidade, sentence/picture matching, detecção de incongruências (stop making sense), decisão lexical e outros. Seu fundador e atual coordenador é Marcus Maia, professor titular de Linguística da UFRJ e pesquisador 1B do CNPq. Os membros do LAPEX têm participado regularmente de eventos nacionais e internacionais como o Congresso Internacional da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN), os encontros dos GTs de Psicolinguística e de Teoria da Gramática  da ANPOLL, o Encontro Nacional de Ensino de Língua Portuguesa – ENELP, os congressos da CUNY Sentence Processing, as reuniões do Language Acquisition Research Center – LARC-UMasss/Amherst, os encontros da International Society of Applied Psycholinguistics – ISAPL, da Society for the Cognitive Science of Culture,  entre outros.

Em 2008, o LAPEX inaugurou pioneiramente no país a linha de pesquisa de campo experimental com línguas indígenas brasileiras (experimental fieldwork),  estudando o processamento on-line  de palavras e frases  de  línguas indígenas brasileiras, tais como as línguas Karajá, Kaingang, Xavante e Maxakali (Tronco Macro-Jê),  com vistas a contribuir para o desenvolvimento de análises gramaticais dessas línguas a partir de dados de natureza cronométrica, que permitem medir tempos de leitura, de visualização de imagens e de reação, tendo o potencial de estabelecer o curso temporal de processos gramaticais e de inspeção de imagens. Desde então pesquisadores do LAPEX têm realizado estudos de rastreamento ocular da leitura, de imagens e de faces, além de estudos de leitura e audição automonitoradas, e de priming com falantes de línguas indígenas, explorando temas como a recursividade, a estrutura argumental, processos de evidencialidade, bem como as propriedades do processamento bilíngue e da visualização de faces por falantes ágrafos e alfabetizados, entre outros.

Em 2014, o LAPEX filiou-se à Rede Nacional de Ciência para a Educação (http://cienciaparaeducacao.org/), que tem por meta integrar pesquisadores e laboratórios científicos nas diferentes áreas de conhecimento para, através de pesquisa científica, translacionar achados que possam vir a contribuir para o desenvolvimento da educação básica no Brasil. A partir de então o LAPEX vem desenvolvendo o estudo básico e translacional da competência leitora, através de metodologias psicolinguísticas, como a técnica de rastreamento ocular, com especial atenção para a leitura de períodos complexos,  tomando  como pressuposto básico a concepção de que o período seria a unidade mais relevante para diagnosticar-se a competência leitora inicial e desenvolverem-se práticas metacognitivas com vistas a impulsionar a capacidade científica dos alunos, para buscar impactar positivamente a sua capacidade de leitura e interpretação.